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Farmacocinética

Absorção e Distribuição [3,4]

 

Após a administração oral, a teofilina é praticamente toda absorvida. No intervalo de concentrações terapêuticas, cerca de 60% liga-se a proteínas plasmáticas, principalmente albumina. Em indivíduos com cirrose hepática ou recém-nascidos, ente valor é inferior (40%). A capacidade de ação da teofilina como broncodilatadora está relacionada com a sua concentração plasmática. São concentrações plasmáticas eficazes entre 8 e 12 μg/ml, até um máximo de 20 μg/ml, a partir da qual já se considera concentração tóxica.

 

A substância é distribuída pela corrente sanguínea a todos os compartimentos do corpo, que contenham água, sendo que não é distribuída nem acumulada no tecido adiposo. A teofilina passa através da placenta, para o leite materno (em concentrações cerca de 70% da do soro) e líquido cefalorraquidiano.

 

 

 

Metabolismo (ver esquema interativo aqui)
 
O seu metabolismo é essencialmente hepático. A biotransformação da teofilina ocorre por desmetilação a 1-metilxantina e 3-metilxantina e hidroxilação a ácido 1,3-dimetilúrico. A 1-metilxantina sofre hidroxilação ácido 1-metilúrico. Cerca de 6% de uma dose de teofilina é N-metilada a cafeína. A cafeína e 3-metilxantina são os únicos metabolitos da teofilina com atividade farmacológica. A 3-metilxantina tem aproximadamente 1/10 da atividade farmacológica da teofilina. [7]

 

A desmetilação da teofilina a 3-metilxantina é catalisada pelo Citocromo P450 (CYP) 1A2, enquanto as isoenzimas CYP 2E1 e CYP 3A4 catalisam a hidroxilação a ácido 1,3-dimetilúrico. A desmetilação a 1-metilxantina parece ser catalisada pelo CYP1A2 ou outra isoenzima semelhante. Estas vias têm limite de capacidade. [5]

 

Após toma oral, a teofilina não sofre nenhuma eliminação de primeira passagem mensurável. 

 

Tabela 4: Diferenças de metabolização em recém-nascidos e indivíduos com mais de 1 ano. [7]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em doentes com insuficiência renal crónica, a 3-metilxantina pode-se acumular em concentrações semelhantes às da teofilina não metabolizada. As concentrações de cafeína são geralmente indetetáveis independentemente do estado da função renal. [3]

 

A taxa de metabolização hepática da teofilina varia muito entre os indivíduos, e, consequentemente, origina alterações importantes na clearance, na concentração sérica e no tempo de semivida.

Os fatores mais importantes que influenciam a clearance da teofilina são: a idade, índice de massa corporal, alimentação, hábitos tabágicos (a teofilina é metabolizada muito mais rapidamente nos fumadores), doenças do coração, pulmões ou fígado e infeções virais.

 

A clearance é reduzida pelo exercício físico e em alguns casos de hipotiroidismo acentuado, e está aumentada nos casos de psoríase grave. [4]

 

A semivida plasmática da teofilina também varia consideravelmente entre os indivíduos:

 

  • 7 a 9 horas em adultos asmáticos não fumadores sem quaisquer outras doenças concomitantes;

  • 4 a 5 horas em fumadores;

  • 3 a 5 horas em crianças;

  • Mais de 24 horas em bebés prematuros e doentes pulmonares, com insuficiência cardíaca ou doença hepática.

 

 

Eliminação [4]
 

A teofilina e seus metabolitos são eliminados essencialmente pelos rins. Os principais metabolitos urinários são ácido 1,3-dimetilúrico e 3-metilxantina. Cerca de 10% é excretada inalterada.

 

Tabela 5: Compostos excretados na urina.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A teofilina é eliminada por biotransformação no fígado e por excreção renal. É principalmente excretada pelos rins, no entanto, a clearance renal da teofilina contribui apenas para 8-12% da clearance plasmática geral. Pequenas quantidades de teofilina não metabolizada são eliminadas nas fezes.

 

A taxa de eliminação depende inicialmente da concentração do fármaco, mas em concentrações séricas no limite superior do intervalo terapêutico, a clearance está sujeita a um efeito de saturação, pelo que ligeiros aumentos da dose podem causar um aumento exagerado da concentração de teofilina.

 

A clearance encontra-se diminuída:

  • 30% em idosos em relação a adultos jovens

  • Recém-nascidos (ver Metabolismo)

  • 50% em doentes com insuficiência hepatica (cirrose, hepatite aguda, colestase).

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